
A confusão, o barulho, a correria, os gritos, as gargalhada, a mistura de odores...todos estes presentes nas feiras que hoje conhecemos e frequentamos. Um ajuntamento de pessoas, com o propósito de vender variados produtos. Antigamente, além da venda ou toca de produtos (antes do aparecimento da moeda), haviam também grupos de saltimbancos a fazer malabarismo e a divertir o povo que se movimentava de banca em banca.
Na realidade não se sabe ao certo quando apareceu a primeira feira, contudo, as únicas referências aparecem associadas a festividades religiosas.
Estas são locais de comércio e de consumo, onde se encontra uma grande variedade de produtos, desde cosmética, a vestuário, animais, alimentação, produtos de mecânica entre muitos outros, a sua variedade é quase infinita e o seu custo bastante reduzido, sendo esta a razão pela qual as pessoas continuam a frequentar estes espaços.
A vida de feirante não é fácil, todos os manhãs significam um novo dia de trabalho, cada dia numa cidade diferente para uma feira diferente e, um novo tipo de cliente. É essencial acordar antes do sol nascer para ir buscar os produtos ao vendedor, chegar ao sitio da feira e montar a banca no respectivo espaço alugado. Contudo, a garra e boa disposição destes trabalhadores é obrigatoriamente genuína, o que ajuda a ultrapassar as dificuldades deste oficio.
Confortante é observar a cumplicidade dos trabalhadores...como se de uma família se tratasse. As conversas mais comuns e as risadas soltas, que vão surgindo durante o dia, é a força para estes aguentarem mais um longo dia de trabalho. E aquilo que acontece de diferente naquele lugar é como se fosse um dia de festa, tudo é motivo para ajudar a passar o tempo, que há muito deixou de parecer escasso.
Dos vários tipos de feirantes, os mais carismáticos e procurados nas feiras são os de etnia cigana. Espantosamente bem dispostos, toda a família ajuda no negócio que nem sempre corre como se espera. Enquanto a mulher revira todas as peças da sua banca e a criança brinca ou adormece pelos arredores da mesma, o chefe de família chama a atenção dos clientes, com a ajuda do megafone, dos baixos preços que pratica. Tudo isto, enquanto o avô descansa junto da carrinha, que ajuda a transportar todos os produtos.
Estes locais são, na maioria das vezes, frequentados pelas mais diversas pessoas e de várias classes sociais, ao contrário do que se pensa. As pessoas percorrem todas as bancas à procura do mais desejado e mais económico produto. São estes cliente que ajudam a manter viva esta espécie de exposição diversificada, que acontece todos os dias quando ainda parece noite.